A Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro (RJ), exibe até o dia 5 de julho a exposição É Proibido… mas a Rainha Pode. São 20 obras que fazem parte da coleção de livros de dona Maria I, rainha de Portugal e mãe de dom João VI.
Alguns destes livros foram proibidos pela Santa Inquisição e deveriam ter sido queimados, mas eles permaneceram guardados nas estantes da corte, escapando assim da destruição. Quando a Família Real veio para o Brasil, em 1808, trouxe de navio um acervo estimado em cerca de 60 mil obras, incluindo essas que deveriam ter sido destinadas à fogueira.
A curadora da mostra, a bibliotecária Ana Virginia Pinheiro, acredita que uma das possibilidades é que os bibliotecários da Real Bibliotheca provavelmente esconderam esses livros, por meio de catalogações que não revelavam os nomes dos autores e anotações que omitiam as passagens consideradas problemáticas pela Igreja.
No livro Regitrum Huius Operis Libri Cronicarum cum Figuris et Ymagibus ab Inicio Mundi, por exemplo, que pretende contar a história do mundo e foi publicado em 1493, o verbete sobre a papisa Joana foi rasurado e coberto por papeis colados. A papisa teria vivido no século IX e, com identidade masculina, ingressou em um mosteiro, chegando a cardeal e depois a papa, sucedendo Leão IV e adotando o nome de João VII. Para alguns, os registros teriam sido destruídos para apagar sua memória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário